sexta-feira, 13 de setembro de 2013

NO PAÍS DEUSDARÁ

Certamente alguns de nós passamos pelo sete de setembro com um sentimento patriótico e nostálgico, com a imaginação nas margens de um rio chamado Ipiranga, um cavalo, uma espada e um brado retumbante.  Bem, embora tenha feito uma reflexão sobre desigualdades sociais junto com as turmas do matutino, ouvindo os belos acordes dos Hinos Nacional e da Independência tocados por integrantes da Banda Filarmônica de Itajaí (em que alguns são nossos alunos e a sede é na área da escola), minha comemoração foi pela liberdade.

Estávamos, Céia e eu, não à beira de rio, mas a beira mar; nosso cavalo: o trio elétrico; nosso grito: a liberdade e o respeito à diversidade;  também dançamos e pulamos pra valer com o “show das poderosas”, tudo era festa e alegria. Renovamos nossa energia e nos sentimos muito bem atendidas pela segurança e organização do evento da Passeata pela Diversidade, no domingo em Floripa.

Alegrias e alegorias não escondem a força dos tempos. A evolução dos tempos nos fez dar saltos em termos de expressão social, desenvolvimento econômico e busca por equidade, porém nossos opressores agora são outros, senão em parte nós mesmos.

Se nos desvencilhamos de Portugal em outros tempos, nos tempos atuais vivemos à sombra da “rede”, a teia de informações comunicações alvo de espionagem pelo EUA. Além disso, precisamos importar modos, modas e médicos; exportar fumo, frango e nossos estudantes para melhorar a qualificação profissional; muitos de nossos professores são formados em redes virtuais, às vezes mais especialistas em redes sociais que nos conhecimentos de base de sua disciplina; sem esquecer-se da fundamental necessidade de políticos honestos.

Para a maioria da população carente ainda ficam os recursos assistencialistas, que pela caracterização de gênero (feminino e pobre) lhes é de grande serventia, porém uma “faca de dois gumes e um fuê (no meu dialeto gastronômico)”: se a faca lhes corta o pão que lhe dão, também lhe tolhe o medo de progredir e o fuê (batedor) faz virar tudo num círculo vicioso. E eu, trabalho em meio a isso tudo e às vezes não consigo nadar contra a corrente ou círculos viciosos de afazeres... então... eu penso, escrevo e danço. Danço e rezo...


Por hora ou oração, encerro minha semana pensando na minha pátria querida e em meu próprio patriotismo, na minha terra de palmeiras donde canta o sabiá, que hoje se não se chamasse Brasil, talvez pudesse chamar Deusdará.


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