sábado, 10 de agosto de 2013

Amor na Palma das Mãos

O mundo acontece ao contrário e minha contrariedade é o frio que atravessa o meu corpo. Rareia meu sangue, aumenta a pressão. Sinto os sintomas que o francês do século XIX descobriu. Venho de um jardim de onde o olhar  do céu foi generoso, melindroso, sintomático, nem sempre simpático. Tortos são meus dedos, frias estão minhas mãos.

Mas ao som que aquece minha alma se acalma, se renova ao escutar um "não vou me adaptar". E, a quem não entende, sinto muito, sou sobrevivente. Das tantas vidas que tive e tenho aqui neste plano, sigo nessa, de escritos, aromas, controvérsias. Versos e provocações. Agora, há o cheiro doce da cozinha de minha homônima amiga, a Maristela. Que de meu simplório silabar a suas palavras, nunca vou chegar. Profissional das letras e escritora. Acima de tudo, amiga e parceira cultural. Qual cultura tentamos garimpar entre música, livros, cinema... o romance. Ah... O romance, o amor, as paixões e os segredos da alcova e a difícil arte de manter o equilíbrio entre o desejo, a relação e o compromisso.

E lá, nela, na alcova, não sei se consigo ficar mais "nua", ainda tiro as roupas e faço sexo. Gosto de beijos esfuziantes. Gosto de mãos suaves descobrindo meu corpo, língua voraz deslizando por contornos curvilíneos, gemidos excitados e excitantes, o crescer do desejo da carne trêmula, pulsante e farta. Gosto de exercícios tântricos, gosto de posições diversas, de toques marginais. Carícia, corpo cheiroso e quente. O sexo, o sexy, o orgasmo. Prazer. Não sou santa, dama, nem puta, sou só gente aprendendo a ser.

Porque nudez é para amor, e amor é de outra ordem, não é algo que se peça, se espere. Apenas flua, na alegria e no prazer que se compartilha com certa companhia. Por esse tal amor... o presente é um porvir...há uma certeza em meu passado e ventura no futuro, já o leram em minhas mãos...

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