quarta-feira, 16 de novembro de 2011

SORTE

Para Joice e Céia: Que noss@s filh@s sejam sempre chei@s de amor...

Pijama azul, olhos borrados de balada. O toque do telefone querendo que eu esteja sexy. Sorrio de mim mesma e da completa e total falta de glamour, quero ser Carla Bruni.

Beijei algumas bocas procurando alguém que não está lá... Encontro de hálitos quentes, salivas mais ou menos densas. Um exercitar de músculos que se lambem ensaiando acrobacias dançantes. Dilatam-se as narinas que tentam absorver todo perfume dos sorrisos em flor. Ignorantes, titubeantes, não reconhecem o amor.

Em qual tubo de ensaio está a química das paixões?

Como seguir o lençol freático dos desejos amorosos?

Tateio num terreno infértil?

Tenho medos.
Sou desconfiante.

Quero lançar-me ao mar passional, mas não consigo me livrar da bússola, do colete salva vidas e eventualmente dos sapatos chumbados. Não me chamo Dorothy e nunca fui a Oz.

Cansei de ser carne, leite e avestruz. Cansei de ser mente, lente e bala de alcaçuz. – Pô, quem gosta de bala de alcaçuz?

Não nasci pra matar, pra roubar e me prostituir, porém já critiquei com ferocidade, enganei um ingênuo e confiei meu voto em político corrupto.

Transei sem amor, sem paixão, sem tesão e rejeitei um romance.

Sou estrela cuja galáxia permanece cheia de iguais em desencontros: jovens solteiros sem pares. Sou carinhosa, afetiva, quase doce, mas não consigo ser domesticada. Antítese. Paradoxal. Contraditória.

Toco em meu corpo e lhe pergunto sobre a alma que o habita. Dela observo um corpo em movimento, mas quem consegue enxergá-la além dos espelhos de meu próprio julgamento e d@s que me são querid@s?

Não sou Narciso, não caracterizo um mito nem nada. Talvez esteja apenas fluindo...

Sou aroma da dama da noite que em noites primaveris, encontra-se com as cores e as flores adolescentes de um futuro não linear. Abro um livreto de pensamentos e sorteio o meu destino. Será?


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